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02/08/2018 - Com resultados positivos há 14 anos, setor atacadista deve crescer 1% em 2018

Segmento teve faturamento de R$ 259,6 bilhões em 2017




Com 53,6% de participação no mercado mercearil brasileiro – composto por itens como alimentos, bebidas e produtos de higiene ou limpeza –, o setor atacadista não sabe o que é perder abrangência ou se manter estagnado há pelo menos 14 anos. Segundo dados da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), o segmento vem crescendo de forma consistente desde 2004, quando seu faturamento era de R$ 79,3 bilhões. Em 2017, esse número saltou para R$ 259,6 bilhões, registrando um incremento de 0,7% em relação ao faturamento apontado em 2016. Para 2018, afetado pela greve dos caminhoneiros e a incerteza eleitoral, a expansão deve ficar em 1%.
 
O presidente da Abad, Emerson Luiz Destro, diz que "o crescimento do setor, embora modesto, é um indicativo de que as empresas andaram fazendo a lição de casa". Para ele, o resultado se deve a ajustes para aumentar rentabilidade e eficiência.
 
"Foram feitos investimentos em tecnologias de informação e de gestão, em aperfeiçoamento de processos operacionais e logísticos, além de intensas negociações com fornecedores no sentido de poder oferecer ao cliente varejista boas condições de compra", explica Destro.
 
Importância dos pequenos comerciantes
 
O presidente da Abad destaca que o principal cliente do setor atacadista é o varejo alimentar independente, também conhecido como "varejo de vizinhança", que cresceu 6% em 2017. Ele cita dados da consultoria GfK, que mostra que os pequenos comerciantes são muito atrativos para o consumidor por causa dos preços competitivos.
 
"Comparando uma cesta de produtos pesquisada no pequeno varejo e no hiper/supermercado, a GfK identificou que, em ambos os canais, no primeiro trimestre deste ano, houve deflação em relação ao mesmo período do ano anterior", afirma Emerson Destro. "Os preços no varejo de vizinhança se apresentaram ainda mais baixos, fator que está diretamente ligado ao desempenho dos fornecedores atacadistas e distribuidores. No período pesquisado, os preços no hiper/supermercado variaram de R$ 247,16, em 2017, para R$ 243,12, uma redução de 1,62%. No pequeno varejo, o preço da cesta variou de R$ 247,34 para R$ 239,21, apresentando deflação de 3,33%", demonstra.
 
Crescimento em 2018 
 
O diretor da RC Assessoria Contábil e Empresarial (GBrasil | João Pessoa – PB), Roberto Cavalcanti, ressalta que tem percebido uma melhora nas atividades dos atacadistas que atende.
 
"O setor de medicamentos realmente está com bom resultado, até nos surpreendemos", diz Cavalcanti. "O setor alimentício também vem apresentando um volume de faturamento maior, mas com resultados muito apertados, já que sua margem de lucro é menor."
 
O cenário, porém, ainda é complicado, como mostra a pesquisa mensal da Abad, apurada pela Fundação Instituto de Administração (FIA).
 
Embora o setor atacadista tenha crescido 8,82% em junho (na comparação com maio) e 3,44% em relação ao mesmo mês em 2017, no acumulado do ano (janeiro a junho) houve queda de 3,24% em relação ao mesmo período do ano passado. 
 
"O desempenho do primeiro semestre foi bastante prejudicado pelo ritmo da retomada econômica, que não se consolidou, principalmente por causa do desemprego, que é o grande gargalo da economia", afirma Emerson Luiz Destro.
 
O presidente da Abad projeta um crescimento de 1% para o setor em 2018. "Tradicionalmente, o segundo semestre é sempre melhor para o setor. Temos confiança de que, apesar de ser um ano atípico, o comportamento do consumidor se mantenha e até se anime mais com um desfecho positivo no campo político."

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