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17/09/2018 - Mercados de vizinhança seguem em alta

Segmento atrai consumidores pela praticidade e preços competitivos

 
Em vez de ir aos supermercados, muitos brasileiros têm priorizado dois tipos de estabelecimento diferentes para fazer compras de produtos necessários no dia a dia: mercados de vizinhança e atacadistas. "Esse é um comportamento que o consumidor assumiu desde 2015, período mais agudo da crise econômica, e se mantém até hoje", diz o presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), Emerson Destro.
 
"O atacarejo tem um funcionamento híbrido: funciona como loja e como centro de distribuição, atraindo diversos perfis de consumidor. Por ter custo operacional reduzido, consegue oferecer preços atrativos. Com a economia estável, os diferentes públicos atraídos começam a avaliar o serviço desse modelo, além do preço. Esse certamente será um grande teste para o setor", avalia.
 
"Por outro lado, o varejo de vizinhança se mantém fortalecido porque o consumidor não está disposto a encarar as grandes lojas de atacarejo para repor alguns produtos que faltam ao longo do mês", afirma o presidente da Abad. "Além disso, mesmo com sacrifício, as lojas de vizinhança têm mantido os preços competitivos, um atrativo de suma importância em tempos de crise econômica".
 
A consultoria GfK analisa periodicamente uma cesta básica com 35 produtos e apurou que, em 2017, o preço dos produtos no mercado de vizinhança ficou em R$ 247,34, praticamente o mesmo que no hiper/supermercado, que foi de R$ 247,16. 
 
Ainda segundo o levantamento, embora os mercados de vizinhança não tenham conquistado novos clientes no ano passado, houve um incremento de 6% no volume de compras de quem costuma comprar neste tipo de estabelecimento.
 
Gigantes se dividem em pequenos
 
"O interesse das grandes redes, como Pão de Açúcar, Carrefour Express e Dia, em investir no varejo de vizinhança, o principal cliente do setor atacadista, só reforça nossa percepção de que esse é um segmento muito promissor, com grande possibilidade de crescimento", afirma Emerson Destro.
 
A visão do presidente da Abad é corroborada pelo economista da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Thiago Berka. Ele explica que, para as grandes redes do setor, lojas menores são interessantes porque demandam menos tempo de construção e aumentam a presença das empresas nos bairros. 
 
Berka diz que a tendência de lojas menores "veio para ficar", principalmente em grandes metrópoles, onde as pessoas "precisam de conveniência e rapidez na saída do trabalho ou para compras de pequeno porte e de reposição". 
 
"A mudança demográfica também é uma das causas, com o aumento do número de lares de pessoas que moram sozinhas. Outra causa é a inflação controlada, que diminui a necessidade de compras de abastecimento para fugir de preços galopantes", acrescenta o economista da Apas.
 
Para Emerson Destro, o investimento dos gigantes supermercadistas não vai enfraquecer nem eliminar os tradicionais mercadinhos, pelo contrário. "Acredito que a grande pergunta seja: como as grandes redes vão ocupar esse espaço? Sabemos que elas têm know-how, mas dificilmente terão as características que são atraentes aos olhos do consumidor, como a 'pendura' (fiado), por exemplo, e a proximidade que leva o pequeno varejista a conhecer muito melhor o seu cliente, podendo atendê-lo com muito mais agilidade. O assédio das grandes redes, portanto, só fortalece ainda mais o segmento", garante o presidente da Abad.

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